Coletivo Enegrecer faz panfletagem na matricula d@s cotistas na UFC e IFCE
BEM – VIND@S COMPANHEIRADA COTISTA!!
Após muito
esforço, finalmente um sonho etapa sendo realizado: estar ingressando em uma
Universidade Pública. Entretanto, para você chegar até esse momento, muitas
adversidades tiveram que ser superadas: muito estudo, concorrência, a cansativa
prova do ENEM, o SISU e outras mais. E todo esse processo se agrava mais ainda
quando somos negr@s e estudantes do ensino público.
Desse modo, é importante que iniciemos um processo de reflexão em torno do
nosso papel social dentro dessa lógica. Será que o fato de ter marcado negr@ na
inscrição do ENEM fora um simples clique? O fato de ter a opção negr@ no
formulário está por acaso? Que lutas estão por trás desse processo?
As
cotas raciais fazem parte de uma política pública de reparação. Mesmo após a
abolição da escravatura, que fora sancionada no ano de 1888, percebemos que @s negr@s não foram inseridos na sociedade de
maneira digna. Diversos governos passaram desde então e nenhuma política
reparativa a essa dívida histórica que o país possui com os descendentes do
continente africano fora pensada. Temos que perceber que a lei de cotas é de
extrema importância no âmbito de melhoria da vida da sociedade mais pobre, que
na maior parte dos casos é negra, e do âmbito simbólico para uma sociedade que
deseja ser mais justa e igualitária com os menos favorecidos.
O
sistema de cotas está inserido dentro de uma política de democratização do
Ensino Superior que está em vigor no âmbito federal desde o Governo Lula. A
inserção de investimentos públicos nas Universidades Públicas através do REUNI,
a criação de Universidades Federais em diversos estados (aqui no Ceará temos a
UNILAB, com sede na cidade de Redenção, e a Universidade Federal do Cariri, que
está em processo de instalação no sul do Estado e a maior autonomia dos Centros
Tecnológicos com a elevação dos mesmos ao status de Instituto – IFCE).
Juntamente com esses avanços, podemos destacar o PROUNI como programa que já
levou milhares de estudantes ao ensino superior, através de bolsas de estudos
nas universidades particulares.
Em
uma sociedade que, na maior parte dos espaços, é regida por uma visão de mundo
eurocêntrica, é necessário colocarmos a política de cotas e a nossa posição de
favorável a essa e a diversas outras políticas sociais numa lógica afirmativa.
No Brasil e, mais especificamente no Ceará, existem negr@s
sim! E somos muit@s! E passamos por um processo de
exclusão que precisa ser revisto com uma urgência de primeiro plano. Do modo
como está não dá mais. Uma posição afirmativa em relação às políticas de cotas
e ao nosso papel de sujeito atuante nesse processo é de fundamental importância
para uma efetivação de uma sociedade realmente sem preconceitos.
Deste
modo, nós do COLETIVO ENEGRECER, damos as boas vindas aos universitári@s
cotistas e convidamos tod@s a debater
constantemente nosso papel não só na universidade, mas na sociedade. Não vamos
deixar o preconceito e a intolerância reinar e apagar inúmeras lutas que os
movimentos sociais possuem!!